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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Esquecida, comunidade na Chã da Jaqueira coleciona problemas


Alto da Boa Vista sofre com deterioração de escadarias; com chuva, moradores, que só contabilizam prejuízos, ficam isolados

Um problema que ganha as grotas de Maceió, em função do crescimento desordenado pelo qual ainda passa a capital alagoana, e que está longe de ser resolvido: a insegurança de quem mora numa barreira e que precisa enfrentar o declíve para, com muita força de vontade, conseguir deixar sua residência e seguir até o destino almejado. O que para muitos parece uma atividade simples, para os moradores do Alto da Boa Vista, na Chã da Jaqueira, transformou-se em verdadeiro tormento, sobretudo no inverno, quando a chuva costuma arrastar o lixo e destruir as escadarias.

E segundo os moradores, a principal dificuldade está justamente na conservação das tais escadarias. A reportagem da Gazetaweb foi até o local para constatar a situação de penúria enfrentada pela comunidade, que garante: já se passou um ano da data em que um abaixo assinado foi encaminhado à Secretaria Municipal de Infraestrutura, a quem os moradores continuam a pedir socorro.

"São muitos paredões com rachaduras. Em alguns trechos a escadaria simplesmente não mais existe devido à ação da chuva. Não faltam buracos, que representam grande risco para crianças e pessoas idosas. Muitos moradores tentam improvisar com areia, mas a chuva logo chega e arrasta tudo", desbafou a dona de Gislene da Silva.

Já de acordo com o presidente da associação de moradores, Neilson Brito, a solicitação - para reforma das escadarias - foi encaminhada à Prefeitura em 20 de agosto de 2010. "Não obtivemos resposta. Até chegaram a constatar a situação, mas não mais retornaram. Continuamos a aguardar o engenheiro que nos prometeram", comentou Neilson, acrescentando que outro problema é o acúmulo de lixo no local, o que, segundo ele, destrói a área verde e, com isso, eleva o risco de deslizamentos.

"Nós temos aqui um gari comunitário, mas ele não está dando conta de tanta sujeira", reforçou o líder, relatando casos de pessoas que perderam praticamente tudo com a elevação de um riacho que corta o Alto da Boa Vista, na parte baixa da comunidade.

"Foram várias as vezes em que presenciamos a água invadir as casas. Não há saneamento e o rio não tem por onde correr porque falta investimento. Estamos esquecidos", emendou Neilson, que reivindica a construção de escadaria na Vila Padre Cícero e a reforma das situadas na Vila Almeida.

A aposentada Maria José da Conceição é um exemplo de quem se vê ilhado devido à falta de acessibilidade. "Moro aqui há mais de trinta anos e a situação está ruim porque a última chuva fez a água invadir muitas casas. Todo mundo está fazendo o que pode para deixar sua moradia 'mais alta'", relatou Conceição, lembrando que tal dificuldade também acaba impossibilitando, por exemplo, a entrada de socorristas do Samu.

Como se não bastasse, outro problema verificado é a falta d'água na região. Quando a reportagem lá esteve, na tarde da última quarta-feira (10), o comerciante Robson Joaquim de Lira disse que estava sem água em seu estabelecimento comercial já há oito dias.

O que diz o poder público?

A reportagem buscou ouvir os órgãos responsáveis, a fim de se saber quais providências estão sendo tomadas sobre os problemas descritos. Quanto ao acúmulo de lixo, o diretor de operações da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) informou que o órgão já dispõe de equipamento que retarda o crescimento de determinada vegetação. No entanto, devido à chuva, tal procedimento acabou não sendo possível.

"Nós limpamos e na mesma semana tudo está sujo de novo. Também falta conscientização. Mas estamos esperando a chuva passar de vez para resolvermos o problema. Enquanto isso, iremos providenciar um mutirão de limpeza, como já ocorre em outros bairros, para o Alto da Boa Vista", assegurou Pablo Eugênio.

Já com relação à falta d'água, a assessoria de comunicação da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) alegou que ainda não havia sido informada acerca do problema, garantindo que uma equipe de técnicos da unidade Farol iria se deslocar até a comunidade para averiguar a denúncia.

Por fim, quanto à principal queixa da comunidade, a que diz respeito às escadarias, o engenheiro Antônio Teles, encarregado da Secretaria de Infraestrutura para executar as melhorias necessárias, disse que o Alto da Boa Vista deverá receber uma equipe para o início das obras de reforma 'até o próximo inverno'.

"São muitas as demandas, mas estamos sensíveis ao problema. A cidade cresceu muito e temos muita dificuldade de atender todos os bairros ao mesmo tempo. Mas realizamos este trabalho de manutenção das encostas constantemente, ao menos para se evitar as situações consideradas críticas. Sei que são escadarias antigas, mas priorizamos os casos mais urgentes. Chegaremos lá, independentemente desta reclamação", resumiu.



Por: (Gazeta web)

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